sábado, 7 de agosto de 2010

Muito barulho por quase nada

A aventura de ontem foi ter ido à Embaixada dos EUA para pedir o meu visto de um ano.
O mais perto que ja tinha chegado de uma embaixada dos EUA foi em Brasilia, ja que a da França fica ao lado...
Historias, ja ouvi muitas, mas de vivência, nada, até ontem.

1. O ponto de encontro dos fulbrighters era no square em frente à Embaixada, ao lado da Place de la Concorde, às 9:30. Eramos 11. Por volta de 9:40, vieram dois policiais a perguntar o que faziamos ali... "Circulando, circulando..." Como todos bolsistas ja tinham chegado, fomos para a fila de entrada da Emabaixada.

2. A fila não era grande e passamos rapidamente até chegar a vez do cara de Bordeaux, o Guillaume, que pegou o trem às 5 da matina para estar no encontro. Desavisado, veio com o seu computador... Não podia entrar. "C-como assim?" "Não pode, pode voltar para casa" "O senhor esta brincando" "Pode ser que sim, mas aqui você não entra com o computador". Desespero total, "O que a gente faz?" Guillaume, desavisado de novo, pulou a cordinha de segurança para conversar com os policiais do outro lado da rua. Apito de advertência que no meu ouvido soou como "Porra, cidadão! Pulando a cordinha ja é demais, assim tu vai arrumar encrenca..." Os policiais não podiam ficar com a sua bolsa, pois estavam no perimetro de segurança da Embaixada. Ele saiu então à procura de algum lugar longe do perimetro de segurança, onde pudessem ficar com o seu computador suspeito...

3. Nos entramos, deixando celular desligado, liquidos, cremes, e outros equipamentos eletrônicos - IPod, maquina fotografica, etc - na guarita de segurança. A responsavel da Fulbright, Sarah, ficou do lado de fora para não precisar desligar o celular, caso o Guillaume precisasse entrar em contato...

4. 15 minutos depois Sarah e Guillaume entram na sala de espera. Beleza! Ele conseguiu com que um cara de um hotel guardasse o seu computador por reles 5 euros. Tudo bem, até que, 5 minutos depois, toca o alarme da Embaixada. A gente ri. O alarme continua. As pessoas começam a se entreolhar desconfiadas, sem saber o que fazer. O alarme continua. Alguns começam a sair da sala. O alarme continua. Um guarda entra e nos faz sinal para ficarmos. O alarme continua... 10 minutos depois o alarme para. Ufa! Não foi nada...

5. Agora é so espera a vez de cada um. Começamos a conversar. Duas pessoas arabes no grupo. Eles têm medo de serem barrados. Eu também, pela historia da dupla nacionalidade. O Ahmed me diz que também tem dupla nacionalidade... "Sera que vão encrencar?" Ele me conta que a diferença de passar a imigração na gestão Bush e na gestão Obama é que, agora, você continua a ficar 4 horas de molho, mas os caras têm uma camiseta "Yes, we can!". Eu conto que a vantagem de passar pelo Texas é que 90% das pessoas à sua volta são "latinas", logo eu me diluo na massa... Pelo menos fois assim da outra vez...

6. Vez do Côme, ele é o 415. Eu sou a 418. Um minuto depois de entrar, volta. A foto dele não esta do agrado... E ele não tem grana... Descobrimos que a foto custa 4 euros. A Embaixada nos aconselha a fazer a foto com um fotografo autorizado... Eu paguei 20 euros e tive que atravessar meia cidade!

7. Minha vez. Tudo tranquilo. So entreguei a papelada. Nem doeu, mas temos que voltar mais uma vez, depois de uma outra espera.

8. Um pouco mais de duvida, conversa, angustia e conversa. Dorothée, a outra arabe, volta. Lhe concederam o visto. Ela esta feliz que so, quase chora. Diz que o Vice-Consul falou em arabe com ela. Ufa! A vez do Ahmed. Sem problemas!!! Ufa x 2!! Minha vez. O Vice-Consul me faz umas perguntinhas de praxe, brinca com o fato d'eu me confundir com a direita e a esquerda "Você é uma fulbrighter e deveria conhecer a sua direita e sua esquerda..." De fato, de fato... E me libera, com o visto. Ufa x 3!!!

9. Vamos embora, uma hora depois, Sarah, Côme, Guillaume e eu. So uma hora depois, mas parace que passou um dia inteiro e que eu fui atropelada por um caminhão!

10. Hoje de manhã, menos de 24 horas depois, abro a caixa dos correios e quem esta la? O meu passaporte, com o famigerado visto, e uma notinha desejando "Bon voyage!".

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