segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Désenchantement?

Il y a quelques jours tu étais une divinité,
Ce qui est si commode, ce qui est si beau, si inviolable.
Te voilà femme maintenant.
                                                                                  Baudelaire

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Only in New Orleans. Only at Tulane.

Apesar de gostar cada vez menos de Tulane, hoje aconteceram três coisas que condizem com o lema da universidade: only in New Orleans, only at Tulane.

Correndo feito barata tonta (sim, às vezes a Dona Baratinha recebe um jato de DDT na cara....) pelo Campus para resolver problemas burro-acadêmicos, eis que me deparo com um carvalho endêmico carregado de beads, o colar tipico do carnaval daqui. Sendo inverno e o carvalho peladinho da silva, o efeito dessa instalação artistica, democratica e participativa ficou ainda mais intrigante. 

Quando finalmente consegui sentar para almoçar, às 16:30, busquei o canto mais isolado da praça de alimentação de Tulane para traçar o meu sushi quase cotidiano. Quando me dou em si, no carvalho em frente à saida da praça de alimentação, vejo um gavião (ou sera uma aguia? apelo à ajuda dos meus amigos ornitologos...) que também almoça! Deixo tudo de lado e saio para registrar o momento.... Impressionante. Ele devia estar traçando um dos milhares esquilos da cidade. Tranquilo, nem se abalava com as centenas de adolescentes que caminhavam à sua volta ou com a moça que ficou bisbilhotando o seu banquete por bons 10 minutos.

Hoje é também um grande dia: tive a minha primeira aula oficial de crioulo haitiano - kreyòl. O francês ajuda para caramba, é claro. Mas, sobretudo é uma lingua deliciosa - cheia de vida e cores - e super divertida. Não sei se um so semestre de aulas vai me levar muito longe, mas aprender crioulo por essas bandas me soa meio como a cenoura que faz o burrico avançar. E um prazer!!!! Ou sera ilusão?

Kouman ou ye?
M'rele Ana. M'genyen yon fre ak twa neve. Fanmi mwen soti Brasilia.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Espera - ida e volta

Ela estava no café ja ha algum tempo. Esperava.

Ele a percebeu sem querer, pois ela não parecia entediada. Não olhava as horas a cada três minutos. Nada disso. Parecia esperar o tempo passar, sem ter exatamente o que esperar. Ele estava no café para trabalhar, como fazia sempre que tinha trâmites burocraticos para fazer. No entanto, não conseguia tirar os olhos daquela mulher sentada no outro salão, mas que, graças à diagonal formada pela abertura da porta, podia observa-la sem dar pinta. Admirava e examinava a paciência com que ela deixava o tempo passar sem parecer chateada.

Ela era bonita, mas nada de mais. Nem um pouco do tipo de parar o trânsito, mas seu olhar tinha algo calido e misterioso que cativava a curiosidade de qualquer homem. Em todo caso, ele se sentia atraido como nunca e resolveu não deixar escapar essa oportunidade.

Ele se levantou e foi à mesa dela, pediu desculpas, perguntou se atrapalhava e pediu para sentar. Ela aquiesceu sem parecer surpresa, aborrecida ou preocupada com a investida. Começaram a conversar como velhos amigos. Riram e compartilharam confissões.

Ela, duas horas depois, olhou o relogio e disse que tinha que ir, dizendo que tinha um compromisso. Se levantou e se foi.

Ele, abismado com a velocidade com que tudo aconteceu, percebeu que nem seu nome ficou sabendo... Ao se levantar, por sua vez, se deu conta que ela deixou um post-it  verde agua escrito com os dizeres "Esperei por você! Um beijo." A assinatura tampouco dava para identificar um nome pelo qual buscar no anuario... Imaginou que o unico jeito de reencontrar aquela que seria a razão do seu ser seria voltar ao café todos os dias, e esperar, dessa vez, ele por ela.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sob o Sol de New Orleans

Watermeter, Constantinople Street, New Orleans, LA
Segunda-feira passada, 17/01, foi feriado pelo aniversario da morte do Dr. Martin Luther King Jr. O dia estava esplêndido e eu aproveitei para dar uma corridinha. Eis que em pleno mês de janeiro o Sol estava tão aceso que pude até correr de camiseta! Uma delicia. Nesse dia, corri, pela primeira vez na minha vida, ouvindo musica. O random do iPod foi tão perfeito que no sprint final tocou Boys wanna fight, do Garbage, e nos 5 minutos da caminhada de volta para casa Mutirão de Amor, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Tudo isso com o Sol me banhando por inteira e me fazendo sentir a pessoa mais feliz do mundo.

Hoje, domingo, 23/01, devia ter saido para correr, mas a preguiça não deixou. A minha pilha de leituras atrasadas falou mais alto também.... Como prêmio consolação sentei no portico daqui de casa, com os gatos, para ler por uma horinha. O Sol me brindou mais uma vez com uma bela tarde. Fiquei de camiseta de novo. Confesso que no mês de janeiro parece um sonho!!!!!

Entre os dois teve chuva, crise com o trabalho, conversa com a orientadora, reorientação do trabalho, sono, muito sono, frio, muito frio também... Enfim, uma semana normal, mas ensolaradissima, no começo e no fim!

PS: Na foto, a tampa dos bueiros daqui. Super design, né?! Pela luz, vocês podem sentir o Soléu que eu andei curtindo! ;-)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Por que você esta solteira?

Bem, essa perguntinha chata ja me foi feita algumas (milhares) de vezes...

No dia seguinte ao meu aniversario, meu amigo Nivio me deu um livro de presente dizendo ser uma brincadeirinha, pois em épocas de doutorado a gente não costuma ler nada além de obras acadêmicas.
O livro Como ser solteira/o (titulo adaptado, é claro!!!), de Liz Tuccillo (How to be single, no original, Record, 2010) - que confesso, num primeiro momento, me deixou meio perplexa, com raiva e triste com o meu amigo - se revelou um presente bem acertado: super divertido, leitura leve para quem quase so lê livros acadêmicos ;-) e revelador de uma "condição" que vai além-fronteiras.

De fato, a narradora, nova-iorquina da gema, decide escrever um livro sobre a solteirice através do mundo, depois de uma expêriencia desastrosa com suas amigas patricias e depois de levar uma lição de dignidade feminina (seja la o que isso queira dizer) dada por duas francesas durante uma madrugada, em um hospital de NYC. Julie, a narradora, sai pelo mundo para escrever sobre o assunto (e para encontrar consigo mesma -- lembram-se de alguém?!?). Cada capitulo em um lugar do mundo e sempre com contrapontos falando de suas amigas nos EUA. Se você conhece algum desses lugares, vai curtir mais ainda. No meu caso, foi so Paris e Rio (infelizmente! ;-). O mais engraçado foi ter lido o capitulo do Rio dois dias apos ter ido ao Carioca da Gema, onde Julie também vai....

Capitulo / Regra 1: Certifique-se de ter amigas - NYC - porque as amigas te ajudam a te levantar quando você esta no fundo do poço
Capitulo / Regra 2: Não dê uma de louca, independentemente de como esteja se sentindo, porque so ajuda a queimar o nosso filme - NYC - porque as amigas também podem se afundar junto contigo (mas so para te fazer companhia!) ;-)
Capitulo / Regra 3: Escolha no que vai acreditar e se comporte de acordo - Paris - a tragédia da princessa de Lohengrin (uma das operas da saga wagneriana) foi ter quebrado o acordo com o seu amado e por não ter acreditado até o fim...
Capitulo / Regra 4: Deixe-se levar (Mesmo que seja impossivel saber quando ou se vai terminar em desastre) - Roma - a vida nos apresenta cada dilema... e, às vezes, somos levadas a romper a regra 3 ....
Capitulo / Regra 5: Resolva toda a questão do sexo - quando quer, como conseguir, com quem fazer (mas certifique-se de que vai fazer de vez em quando; apenas minha opinião) - Rio - o titulo e o lugar dizem tudo!
Capitulo / Regra 6: Conforme-se com as estatisticas, porque não pode fazer nada a respeito (ou pode?) - Sidney - o que fazer quando a população de um lugar é composta por 2/3 de mulheres?
Capitulo / Regra 7: Admita que às vezes você se sente desesperada (prometo não contar para ninguém) - Bali - quem eu? jamais!!!!
Capitulo / Regra 8: Na verdade existem poucas pessoas que podem ter tudo, então tente evitar toda essa historia de inveja - Pequim - o que fazer quando a população de um lugar é composta por 2/3 de homens?
Capitulo / Regra 9: Não querendo pressionar, mas é melhor começar a pensar na coisa da maternidade (você não tem todo o tempo do mundo) - Pequim - putz, bateu de verdade, mas eu continuo sonhando com os meus 5 (cinco) - sim, cinco, por quê? - filhos!!!!!!!
Capitulo / Regra 10: Lembre-se de que às vezes existem coisas mais importantes que você e sua péssima vida amorosa E faça com que suas amigas te ajudem mais com sua péssima vida amorosa - Mumbai - Amigas/os são TUDO!!!! AMIGAS/OS HELP!!! SOS!!! ;-)  -- Agradecimento especial à Lill, organizadora do meu unico blind date. Emerson, doeu saber que você ja se foi... RIP.
Capitulo / Regra 11: Acredite em milagres - Reykjavik - Porque milagres acontecem todos os dias!!! (mais piegas, impossivel, mas é verdade, né?!)

Falei com varias/os de vocês sobre esse livro, terminei de lê-lo ontem à noite e gostaria de circula-lo para quem quiser ler. Quem sabe, no final de uma rodada entre as minhas amigas/os, não faça com que ele tenha um mana preciosissimo?

Regras do jogo: quem quiser ler o meu exemplar, me manda um e-mail com endereço completo (inclusive CEP). Eu envio o livro na base do "first come, first served". Dai, quem receber o livro, depois de lê-lo, o envia para a pessoa seguinte da lista (eu aviso quem é e qual é o endereço) - pelo correio, envie sempre, por favor, como carta registrada e com aviso de recebimento, para que o livro não se extravie, pleeeaaassseee.
Lembrem-se sempre que o livro me foi dado por um amigo querido e que eu, é claro, o quero de volta.
E' dada a largada e espero que aproveitem como eu o curti! ;-)

PS: Liz Tuccillo, a autora, é uma das roteiristas de Sex and the City. Eu não sou fã da série, alias nunca assisti um epsodio... Mas para quem conhece, esse dado pode despertar o interesse ou até desmotivar... Beijos

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

De volta para casa?

Canção do Homem / Mulher que Caminha
(titulo adaptado, é claro!)

Quando um homem se põe a caminhar
deixa um pouco de si pelo caminho.
Vai inteiro ao partir repartindo ao chegar.
O resto fica sempre pelo caminho
quando um homem se põe a caminhar.
Fica sempre no caminho um recordar
fica sempre no caminho um pouco mais
do que tinha ao partir do que tem ao chegar.
Fica um homem que não volta nunca mais
quando um homem se põe a caminhar.
                             
                                        Manuel Alegre

sábado, 8 de janeiro de 2011

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Banhos de 2011

Depois do banho de mar de ontem em Ipanema, coroei a entrada do Novo Ano.

A viagem Rio-Niteroi foi um banho de carinho, com amigos com quem tinha conversas densas e leves até 2-3 da matina e achar que eram so 23 horas. Carinho tremendo no compartilhar de um pouquinho da vida, da casa e da cidade deles.

Banho de vida entre os ritmos cotidianos da Luisa, Luz-Lua-Rainha ;-) Banho de vida foi também sambar até as 3h e depois ir ao Nova Capela sonhando com carneiro-assado-e-arroz-com-brocolis.

Banho de risadas sem fim, que faziam até doer a barriga. Entre a politesse do milico, Shopping dos Pintos e "la faute au juif".

Banho de poesia com "je me suis régénéré", Rodchenko + "Homem que Grita" na Casa dos sonhos, cruzar e descobrir o Rio pelo 179 para dar um abraço em uma amiga...

Banho de gente bonita por todos os lugares, sobretudo entre a torcida do Mais Querido! Não é, Si, Lelete e Luisa?!?!

Banho de solteirice (quase) bem-resolvida graças a Nivitos&Andrea.

Que doismileonze continue assim para mim e que seja assim para vocês: banhos de mar, carinho, vida, risadas, poesia, beleza - onde quer que seja!!! E, que sejamos (ou pelo menos tentemos ser) bem-resolvidos sempre!!! :-)